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Depressão e Vazio

Atualizado: 4 de ago. de 2023


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Existem pessoas que vêm para uma análise com a queixa de que não se sentem mobilizadas a cumprirem seus afazeres e atividades básicas, e tampouco a vivenciarem as coisas que anteriormente lhes davam prazer. Acabam se isolando das pessoas, inclusive daquelas com quem mais teriam afinidade. É comum mencionarem a sensação de vazio interno, bem como a impressão de que suas vidas estão desprovidas de sentido – parecem desoladas..!


Algumas dessas pessoas já chegam acreditando que o sofrimento que as acomete é a “depressão”, palavra que denota um movimento de declínio ou queda, e que pode se constituir de sintomas bastante variáveis, como a perda ou o excesso de sono, as mudanças de apetite e de peso, a apatia, a irritabilidade e mesmo o assalto de choros aparentemente desprovidos de motivo.


Diferentemente do sentimento de tristeza, que é facilmente identificável e localizado no tempo, podendo estar associado ao luto por uma perda – de um ente querido, de um relacionamento, de uma oportunidade de vida ou até mesmo de uma ilusão –, aquilo que é nomeado comumente como depressão se instaura de maneira mais estrutural, conferindo uma espécie de “tom existencial” pelo qual a pessoa percebe o mundo.


Na psicanálise, há uma diferenciação entre o que são processos depressivos indicativos de comoções importantes de serem vivenciadas para que o luto seja atravessado e a pulsão de vida se reestabeleça, e o que diz respeito à “melancolia” – modo se sofrer que inclui uma culpa bastante pronunciada e uma tendência à depreciação de si.


Quando esse vazio lhe pareceu ter vindo para ficar? Em que momentos a tristeza se torna mais aguda? O que você acha que se perdeu no tempo? Essas indagações ilustram um pouco de como um processo de análise pode começar.

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