O que é Psicanálise?

A Psicanálise é uma terapia baseada inicialmente na teoria de Sigmund Freud, constantemente desenvolvida por diferentes psicanalistas até hoje, e que considera alguns conceitos fundamentais, como:

· O inconsciente, que corresponde a uma série de conteúdos psíquicos dos quais não nos damos conta, mas que interferem repetidamente em nossas vidas. “Não sei o porquê, mas sempre acabo fazendo assim...”, “Isso não faz sentido, mas sempre me acontece!” – essas são falas que ilustram um pouco desse estranhamento tão presente em situações da nossa vida, das mais importantes às mais corriqueiras. O inconsciente se estabelece principalmente a partir de nossas relações familiares e, por isso, nessa abordagem, é fundamental ir, aos poucos, relembrando o passado, considerando também as memórias da infância, sempre que possível, e tudo aquilo que foi dito repetidamente sobre nós, de maneira a ter consolidado o que acreditamos ser e que, muitas vezes, nos limita.

· A livre associação, que consiste na disposição da pessoa em análise falar tudo o que lhe vier à mente, sem reservas, não se preocupando com julgamentos, e sem enrijecer a sua fala a partir de um foco específico. Em uma sessão de psicanálise, não existem “assuntos que não têm importância” ou “bobagens que nem valem a pena dizer”, pois mesmo os menores detalhes podem ser muito significativos! De todo modo, essa possibilidade de falar mais livremente não se dá instantaneamente - cada pessoa tem um tempo para se permitir, e vai se abrindo conforme sua confiança no processo.

· A transferência, que é a relação que se estabelece entre analisante e psicanalista. Conforme esse vínculo vai se constituindo, as maneiras de sentir e se relacionar com o outro passam a se manifestar também no processo de análise. A ideia é que, a partir da transferência, algumas repetições angustiantes possam ir se desfazendo, dando lugar à criatividade.

Há outros aspectos importantes que são levados em conta como, por exemplo, a interpretação de sonhos, quando esses aparecem, dentre outras formas de simbolizar questões importantes. Desse modo, é um processo que visa proporcionar que a pessoa em análise escute a si mesma; facilitar associações entre acontecimentos e sentimentos que antes pareciam sem relação ou sentido entre si; mobilizar outras formas de viver mais genuínas, em consonância com a singularidade de cada um.